24 de novembro de 2012

No dia 11 de novembro de 2012 estive na Feira de Trocas na Praça Edmundo Rego no Grajaú - Rio de Janeiro/RJ.
Lá, as pessoas deixavam expostos seus pertences em esteiras no chão para serem trocados. Funcionou de duas formas: ou os participantes ficavam próximos às esteiras ou colocavam seus nomes para serem procuradas a fim de estabelecerem um diálogo para uma possível troca. Interessante é que não só objetos podiam ser trocados, mas também saberes, produções próprias, produtos orgânicos, dentre outras coisas.


Paralela à feira de trocas, havia também uma feira com barraquinhas muito interessantes de doação de livros, de informaçõe sobre reciclagem, de venda de alimentos orgânicos, plantas, bromélias, composteiras, artesanato, além de muitos cartazes divulgando cursos de permacultura e alimentação viva, por exemplo.
Um encontro muito agradável e cultural. Cheio de possibilidades de trocas!



É claro que o GiTaKa recomenda a todos a experimentarem essa atividade.

As trocas – de afetos, olhares, projetos, idéias - são espaços de nos fazermos menos individualistas e consumistas.Estas são as subjetividades de que necessitamos numa nova sociedade afetiva, democrática, solidária, responsável!

Por Mariana Klein

23 de outubro de 2012

Encontro de Iniciativas Ambientais

Nos dias 22 e 23 de Novembro acontecerá na UNIRIO o EIA - Encontro de Iniciativas Ambientais. O evento será muito bom com diversas participações  apresentações de trabalho e feira de trocas realizada pelo nosso grupo. Tragam objetos, roupas, cds, dvds e tudo o mais que estiver parado e sem uso em casa para trocar! Compareçam!


O III Encontro Nacional de Iniciativas Ambientais Internas e Externas à UNIRO- EIA, em 2012, é um evento regional organizado pela UNIRIO,CEFET,IFRJ,UFRRJ,UERJ.

O foco é a responsabilidade ambiental para com as gerações futuras, pauta
da na Educação, Ética, Justiça, 
Saúde, Tecnologia e Economia.

Tem como propósito estimular as iniciativas ambientais de profissionais, empreendedores e estudantes a 
intervirem em seus espaços de atuação produzindo ações concretas comprometidas com a qualidade das vidas no ecossistema.

Que práticas sustentáveis você realiza e que pode compartilhar conosco? A apresentação poderá ser feita em dois modalidades seguindo linhas de submissão. Confira no site de inscrição:http://www2.unirio.br/unirio/proexc/eia

O Grupo Gitaka fará apresentação oral de trabalho e colaborará com o evento nos dois dias organizando uma Feira de Trocas.

Atenção: Não esqueçam de levar objetos para troca - cd's, dvd's, livros, brinquedos, roupas - e tudo mais que poderá ser útil para outra pessoa e esteja em bom estado.

Sobre o Fórum de Educação Infantil com a temática: Diretrizes Curriculares Nacionais e Práticas sustentáveis


No dia 02 de Outubro, como de costume, aconteceu mais um Fórum Permanente de Educação Infantil em conjunto com o Fórum FINAflor de nosso grupo, no Sinpro Rio. Dessa vez, discutimos as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil e as práticas sustentáveis que ocorrem em nosso cotidiano.
Além da Lea, que falou um pouco sobre as diretrizes, também estiveram presentes: Cristina que contou sobre as experiências com feira de trocas entre crianças em Resende, e Marinês, que nos contou sobre experiências nas creches comunitárias.
O grupo GITAKA também esteve presente no Fórum, inclusive apresentando uma proposta de prática sustentável que são as feiras de trocas.
As feiras de trocas têm como objetivo principal romper com o consumismo tão comum em nossa sociedade capitalista. Essa procura desenfreada pelo novo e a descartabilidade do velho têm consequências danosas para nosso planeta. Á feira é uma prática sustentável que está em coerência com 2 dos 3 R’s: Redução de consumo e Reutilização. Além disso, também estão em coerência com a Economia Solidária que prega autogestão, uma administração participativa e democrática. “Uma forma viável e revolucionária de se construir outra sociedade deve partir de dentro do mercado, opondo-se à produção capitalista.” (Lia Tiriba e Maria Clara Bueno Fischer, 2012)
As feiras de troca são espaços de aprendizagem e de novas relações sociais, pessoais ou comunitárias. Um espaço acolhedor e solidário, onde as pessoas podem trocar entre si: produtos, serviços, saberes, lazer e cultura.
Trocando nossos pertences, nós nos desapegamos de bens materiais, reduzimos o consumo, reduzimos a criação de mais lixo, damos novos usos e reutilizamos coisas em bom estado, além de trocar objetos que podem nos ser necessários, sem o intermédio do capital.
As feiras não devem ocorrer de maneira isolada. Deve ser divulgada a proposta de formação de uma rede, pois é uma proposta que requer periodicidade e um espaço público e democrático, onde todos possam participar, só assim, podemos gerar mais conscientização acerca do consumo, e nos fazer menos individualistas e consumistas.
Para entender um pouco sobre o funcionamento da feira: Todos levam pertences que desejam trocar. Esses pertences podem ser desde produtos como alimentos, plantas, roupas, cds, brinquedos, até serviços e saberes, como serviço de pedreiro, manicure, dentista, ou aula de dança, violão etc.
As pessoas presentes circulam, conhecem materiais e pessoas e então iniciam as trocas, trocando também afetos, olhares, ideias, entre outros. É importante ressaltar que a troca independe do valor comercial.
Nem sempre na prática, tudo acontece de maneira simples. Ainda somos apegados a um valor comercial, às vezes uma troca pode não parecer justa, mas isso também será resolvido com o dialogo. Quando as trocas envolvem crianças, a mediação de um adulto pode ser bem vinda.
É importante ressaltar também que no inicio das trocas, deve existir algum debate ou exposição desses objetivos da feira, para que não se torne um ambiente onde as pessoas adquirem novos objetos sem gastar dinheiro. Estas são as subjetividades de que necessitamos em uma nova sociedade afetiva, democrática, solidaria e sustentável!


14 de setembro de 2012

Nossas impressões sobre o debate dos prefeitos realizado no Fórum Permanente de Educação Infantil no Sindicato dos professores...


Nessa primeira terça-feira do mês, dia 04/09/2012, como de costume, aconteceu o Fórum Permanente de Educação Infantil no SinproRio. Nele, tivemos como proposta a realização de um debate dos candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro. Estiveram presentes apenas Aspásia Camargo do PV e Marcelo Freixo do PSOL. Rodrigo Maia foi o único que justificou sua ausência devido a compromissos em Brasília.


A questão central movida pelos participantes foi uma forte crítica à política educacional da gestão atual. Para tanto, foi determinado um tempo para os candidatos responderem três perguntas:
1. O que pensam sobre infância? E sobre a situação das crianças no Rio de Janeiro?
2. O que acham da gestão pública de educação?
3. Quais propostas poderiam apresentar em relação à Educação Infantil?

Os candidatos responderam as perguntas e apresentaram suas ideias e propostas, dadas as respostas, foi dado um tempo para os ouvintes colocarem questões e perguntas em pauta e em um terceiro momento, a posição de cada candidato, frente ao que foi exposto. Infelizmente, para o último momento, só pudemos contar com a presença de Freixo, visto que Aspásia tinha um outro compromisso de campanha, o que a impediu de continuar no debate.

Os dois candidatos mostraram ter duas concepções diferentes de criança. Aspásia falou da “criança do futuro”, enquanto Freixo criticou e afirmou que a criança é um sujeito de direitos e protagonista de sua história.

A candidata do PV foi a primeira a tomar a palavra e, do seu discurso, podemos destacar alguns pontos:

- Ela inicia contextualizando historicamente a educação infantil como direito desde a constituição de 88, mas apesar disso nada aconteceu automaticamente.
- Fala que o atual prefeito investe 17% ao invés dos 25% destinados à educação e garantidos por lei; Se eleita pretende assegurar que esses 25% de investimento sejam integralmente direcionados à educação.
- Fala da importância de estarmos organizados em Fórum e o quanto isso facilita a conversa entre professores e governo.
- Defende uma educação humanística, mais justa voltada para formação  do ser humano, ou seja, para formação do cidadão consciente capaz de fazer uma sociedade mais justa e uma escola de tempo integral para todos.
- Para que, dessa forma, os profissionais da escola tenham um contrato de trabalho melhorado e não tenham a necessidade de dar aula em várias unidades tendo como objetivo aumentar a renda, pois muitas vezes isso compromete o trabalho que é desenvolvido por eles, além de sua saúde e qualidade de vida. Essa questão abarca a logística da locomoção e do transporte.
- Coloca a integração da escola com a sociedade, partindo da realidade das comunidades locais, como um fator importante para a construção de uma identidade escolar sólida, mas que ao mesmo tempo respeita as diferenças.
-Expõe a necessidade da valorização do professor, que é um dos principais atores do processo educativo.
- Investimento na cultura, que diz ser referência para um bom futuro. Bem como nas modernidades que podem auxiliar a aprendizagem.
- Destaca que o contato com a natureza é algo que deve ser efetivado.
- A base de seu governo será no investimento na cultura e no meio ambiente.

Após sua fala, Freixo tomou o tempo para seu discurso.

- Ele inicia sua fala dizendo que nós vivemos um dilema que ultrapassa os limites dos muros das escolas, os números de jovens mortos por arma de fogo no Rio de Janeiro são maiores do que de um país em guerra, que são números de genocídio. E faz relação desses números com o papel da escola. Diz que cabe as autoridades constituidas a responsabilidade no sentido de assistir e proteger a criança.
- O Brasil não anda em conssonância com o que é previsto em lei. A legislação brasileira é muito elogiada, porém não é colocada em prática. Há muita distância entre o Brasil Real e o Brasil Legal.
- Defende que a criança é um sujeito de direitos e são também protagonistas desse direito. A escola não deve ser a escola do amanhã, nem as crianças do amanhã, e sim de hoje, do aqui e agora.  O amanhã com certeza será consequencia do que fazemos hoje.
- Freixo também cita a gestão do atual prefeito e da defasagem de investimento na educação pública ao dizer que não usamos os 25% obrigatórios destinados à educação, o que se torna insuficiente. Ele diz que poderia e deveria ser melhor.
- Critica a falta de autonomia dos professores, como um dos problemas cruciais. Critica que ordens venham de cima, sem debate e sem democracia. Professores deixaram de ser protagonistas e a educação sem participação dos professores não acontece.
- Além disso as equipes de educação estão muito enxutas, funcionam apenas com o básico, o professor, o coordenador e o diretor. Quando deveria ter um trabalho integrado de psicologos,assitentes sociais etc.
- Critica o aumento na terceirização das tarefas dentro da escola. Que esse fator prejudica as relações socias dentro do ambiente escolar, pois aumenta muito a rotatividade de funcionarios nas escolas.
- Democracia na escola: fatores externos contribuem para a piora ou melhora do desempenho do aluno na escola.
- Crítica da política de meritocracia na escola.
- Critica a colocação de policiais militares na escola para dar segurança.
- Critica a ausência de um Plano Municipal de Educação
- Sugere transporte gratuito para crianças de escolas públicas, afirmando que esse fator influencia na qualidade do ensino e da aprendizagem dos alunos.
- Fala que os conselhos de educação devem ganhar poder e espaço
- Após perguntado comenta da vergonha que é uma cidade como o Rio de Janeiro ter apenas 12 conselhos tutelares funcionando e questiona como garantir os direitos da criança dessa maneira, ainda mais sendo o Rio de Janeiro uma cidade com tantas violações às crianças.
Precisamos de instâncias que resolvam o problema.
- Comenta também que não entende o mapa da administração das secretarias, o porque de serem tão descentralizadas, e isoladas o que dificulta o trabalho. Fala da falta de planejamento da cidade e da quantidade de burocracia. Sugere uma secretaria de planejamento democrático
- Freixo fala de um plano de carreira unificado que precisa de progressão, isso tem de melhorar.
- Afirma ainda que devem existir critérios bem definidos para distribuição de verba entre as escolas da Rede Municipal do Rj, que é uma das maiores do mundo.
- Diz que é indispensável que haja capacitação dos auxiliares de creche.
- Arremata dizendo que o educador que não acredita no que faz perde sua força para mudar a realidade.


24 de julho de 2012

PROJETO DE EXTENSÃO: “INFÂNCIAS, TRADIÇÕES ANCESTRAIS E CULTURA AMBIENTAL"


   Fazemos parte do grupo de pesquisa GITAKA: "Grupo Infâncias, Tradições Ancestrais e Cultura Ambiental" na UNIRIO sob a supervisão da Professora Lea Tiriba. Iniciamos esse blog com o objetivo de difundir experiências, práticas e textos interessantes.


   "Entendendo que as crianças e jovens são os novos membros de uma espécie que se renova há milhões de anos sobre a Terra, portanto, são, simultaneamente, seres da cultura e seres da natureza; e inspiradas em Espinosa, ao conceber creches e pré-escolas como espaços de viver o que é bom, alegra e potencializa a existência", visamos pesquisar e difundir iniciativas de produção de práticas educativas sustentáveis, num contexto em que as relações entre sistemas naturais e sistemas culturais estão em desequilíbrio e ameaçam a continuidade da vida na Terra. 
   Queremos criar e divulgar novas práticas educativas que contribuam para a qualificação do cotidiano das instituições educacionais em relação a necessidade de cuidar de mim e portanto as relações de cada ser consigo mesmo (ecologia pessoal); cuidar de nós, do coletivo, do equilíbrio nas relações dos seres humanos entre si (ecologia social); e cuidar da natureza e a biodiversidade e nossa relação com os demais seres habitantes do planeta (ecologia ambiental). Esses conceitos pertencem a um maior chamado Ecosofia de Félix Guattari (1990).
   Partindo do pressuposto de que a origem da crise sócio-ambiental está na falsa premissa de separação entre seres humanos e natureza, queremos identificar os mecanismos através dos quais este divórcio (e os que dele decorrem como separação entre corpo e mente, razão e emoção) se materializam em concepções, propostas e em rotinas das instituições educacionais. E, consequentemente desconstruir práticas antropocêntricas, individualistas e consumistas.
   Com esse objetivo, organizamos 2 vezes por semestre o "Fórum Infâncias e Escolas da natureza", cujo objetivo é a apresentação pública de experiências desenvolvidas por alunos da Escola de Educação da UNIRIO, professores e gestores das redes públicas e particulares, além de educadores de movimentos sociais. Aqui no blog divulgaremos as datas dos fóruns e publicaremos textos produzidos por nós e outros que acharmos interessantes, principalmente da Rede Dph, uma rede de educadores escritores. Mas isso já é assunto para um próximo post!